Dona Celeste faleceu nesta sexta-feira (21), aos 101 anos; CBF determina um minuto de silêncio em todos os jogos do fim de semana

Nascida em Três Corações, em Minas Gerais, Dona Celeste Arantes, mãe de Edson Arantes do Nascimento, o Rei Pelé, faleceu aos 101 anos nesta sexta-feira (21), em Santos, no litoral de São Paulo. Ela estava hospitalizada havia oito dias. A causa da morte ainda não foi divulgada. Neste mesmo dia, 54 anos atrás, Dona Celeste comemorava o tricampeonato mundial do Brasil de 1970, no México, competição que teve em Pelé o grande nome.

“Hoje é um dia triste para os fãs do futebol. O Pelé sempre teve um carinho especial pela Dona Celeste, que nos cativava. Dona Celeste foi uma mulher negra que lutou junto com o seu marido para superar os obstáculos e criar uma familia com muita honra e dignidade. Gostaria de enviar minhas condolências aos familiares e amigos neste momento de pesar”, disse o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, que está com a Seleção Brasileira em Los Angeles para o início da disputa da Copa América.

Além de Pelé, Dona Celeste teve mais dois filhos, Jair e a caçula Maria Lúcia do Nascimento, responsável pelos cuidados em seus últimos anos de vida – a matriarca tinha vários problemas de saúde. Todos eles foram frutos do relacionamento com João Ramos do Nascimento, o Dondinho, com quem Dona Celeste foi casada até 1996, ano em que ele faleceu.

Pelé e sua mãe, Celeste Arantes

Pelé e sua mãe, Celeste Arantes
Créditos: Reprodução/Instagram @pele

Dona Celeste teve uma infância de muitas dificuldades em Três Corações. Sempre reiterou, no entanto, que vivia feliz, apesar das restrições. Na infância, ao lado do irmão Jorge Arantes, costumava sair pelas ruas da cidade com latas cheia de jaboticabas que ela mesma colhia nos fundos do quintal de casa para vender.

Pouco depois, já moça, ela conheceu Dondinho, que era um rapaz elegante, nascido em outra cidade mineira, Campos Gerais. Do namoro veio o casamento e os filhos. Dona Celeste não chamava o Rei pelo nome que o consagrou mundialmente. Referia-se a ele como “Dico”. Pelé gostava e aprovava o mimo.

Certa vez, Dona Celeste atendeu ao telefone em sua casa várias vezes seguidas. Tratava-se de um jornalista de outro país que perguntava se era da casa de Pelé. “Aqui é da casa do Dico”, ela repetia, a cada chamada. Do outro lado da linha, o repórter repetia o número para checar se havia feito a anotação correta e Dona Celeste não voltava atrás. “É da casa do Dico, você quer falar com o Dico?”. O repórter desistiu de insistir.

 

Pouco antes de sua morte, que ocorreu no final de dezembro de 2022, Pelé prestou homenagem à sua mãe pelo centésimo aniversário, exatamente em 20 de novembro de 2022, dia da abertura da Copa do Mundo do Catar. Na oportunidade, ele publicou em plataformas digitais uma mensagem pelos 100 anos de Dona Celeste, com quem sempre manteve uma relação de afeto e muito respeito.

“Desde criancinha, ela me ensinou o valor do amor e da paz. Eu tenho muito mais de uma centena de motivos para agradecer por ser o seu filho”, escreveu o Rei do futebol.

Dona Celeste, inicialmente, não era muito favorável à opção de Pelé pelo futebol. Isso porque, seu marido,  Dondinho, havia tentado a carreira como jogador, mas sem sucesso. Por este motivo, ela tinha resistência de ver o filho no mundo da bola. Felizmente Dondinho insistiu e Edson Arantes do Nascimento se tornou o maior atleta de todos os tempos, o primeiro e único vencedor de três Copas do Mundo.

Em razão do falecimento de Dona Celeste, a CBF determinou que haja um minuto de silêncio em todas as partidas do fim de semana organizadas pela competição.

 

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Última atualização: 24 de junho de 2024