Levantamento reúne casos das 10 primeiras rodadas do Campeonato Brasileiro da Série A e B de 2024
A Comissão Médica e de Combate à Dopagem da Confederação Brasileira de Futebol divulgou nesta segunda-feira (15) a análise descritiva da regra de substituição adicional permanente por concussão nas 10 primeiras rodadas do Campeonato Brasileiro da Série A e B de 2024. A CBF também apresenta um resumo das novas medidas e impactos na segurança dos atletas.
Entre os dias 13 de abril a 20 de junho de 2024, foram disputadas 193 partidas em 10 rodadas do Campeonato Brasileiro da Série A e B. Houve a paralisação do Campeonato Brasileiro da Série A por duas semanas, em virtude das enchentes provocadas pelas intensas chuvas no estado do Rio Grande do Sul. A concussão cerebral foi diagnosticada em seis partidas, sendo cinco jogos da Série A e um jogo da Série B.
Concussão cerebral foi diagnosticada em 6 partidas, sendo 5 jogos da Série A e 1 jogo da Série B.
Créditos: CBF
Casos de concussão e acompanhamento
Ainda no período avaliado, houve a substituição simultânea de dois atletas de equipes adversárias em uma partida da Série A, e em uma partida houve o diagnóstico de concussão, porém não foi utilizado o recurso da substituição adicional. Uma vez aplicado a regra da substituição adicional por concussão, o atleta fica impedido de ser inscrito em súmula de jogo por um prazo mínimo de cinco dias.
Do total de sete atletas que foram diagnosticados com concussão cerebral, todos cumpriram o prazo mínimo de cinco dias. A data de retorno é definida neste relatório como a data da inscrição em súmula subsequente ao período mínimo de cinco dias de afastamento. Dos sete atletas diagnosticados com concussão cerebral, quatro foram na primeira rodada da Série A, imediatamente após a implantação da nova regra pela CBF, evidenciando a preocupação quanto a segurança dos atletas em campo.
Substituição extra por concussão foi adotada nas Séries A e B
Créditos: Reprodução
Contexto histórico e introdução da regra
De acordo com estudos sobre a frequência de lesões nos Campeonatos Brasileiros de 2016 e 2017, os choques de cabeça estão entre as três partes do corpo mais acometidos por traumas durante as partidas de futebol, junto com as articulações do joelho e tornozelo. Em resposta, a Comissão Médica e de Combate à Dopagem da CBF (CMCD) implementou, em 2015, a ferramenta “Concussion Recognition Tool” (CRT) para avaliação imediata dos jogadores em campo após um choque de cabeça e a paralização da partida por 3 minutos para avaliação do médico da equipe.
Em 2019 a CMCD/CBF introduziu o Protocolo de Concussão a ser seguido em todas as competições nacionais organizadas pela CBF, e o Questionário de Concussão para ser aplicado no atendimento em campo pelo médico da equipe. Após período experimental de testes, a International Football Association Board (IFAB) regulamentou em 2 de março de 2024 a regra da Substituição Adicional Permanente por Concussão, além das cinco substituições regulamentares que cada equipe tem direito em uma partida oficial. A Substituição Adicional e Permanente por Concussão foi regulamentada em conjunto com a Comissão Médica e de Combate à Dopagem, Comissão de Arbitragem e Departamento de Competições da CBF para vigência no Campeonato Brasileiro da Série A e Série B de 2024. A Confederação Brasileira de Futebol torna-se a primeira Associação Membro de Futebol filiada a FIFA no mundo a adotar a regra da Substituição Adicional Permanente por Concussão.
A substituição adicional por concussão é solicitada pelo médico do clube ao quarto árbitro, através do preenchimento do cartão de substituição de cor vermelha, distinta do cartão de substituição de cor branca para as substituições normais. Ao fazer uso da substituição por concussão, efetivada no momento em que o atleta substituto entra no campo de jogo, a equipe adversária adquire o direito de realizar uma substituição adicional por qualquer razão, além das cinco substituições normais.
Cartão de cor vermelha para substituições por concussão
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