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93% reconhecem a depressão como uma doença

4 em cada 10 brasileiros já tiveram pensamentos suicidas, revela pesquisa.

Para 60% da população, o excesso de trabalho e o estresse são identificados como desencadeadores de problemas de saúde mental.

 Em um esforço contínuo para reforçar a conscientização sobre a prevenção ao suicídio e a relevância da saúde mental, desde 2015 o Brasil promove a campanha de Setembro Amarelo. Neste ano, a Hibou – empresa de pesquisa e análise de mercado, comportamento e consumo – conduziu um estudo envolvendo mais de 1.000 brasileiros. Os dados obtidos revelam uma percepção generalizada: a depressão é entendida como uma condição que, se não for tratada, pode ter sérias consequências, incluindo o risco de suicídio.

 

Solidão: a contradição da era conectada

Mesmo em um mundo hiperconectado, 80% da população se sente mais solitária. Os brasileiros vivem um isolamento emocional que cresce mais e mais com as vivências no mundo virtual, se distanciando cada vez mais das experiências reais.
“Analisamos a percepção e as consequências da solidão, um fator que pode desencadear a depressão. Embora tenhamos notado uma ligeira diminuição de 3% no apoio oferecido às pessoas que enfrentam essa situação em comparação com os dados de 2022, percebemos que a consciência sobre a importância da saúde mental e como prestar ajuda continua na rotina”, destaca Ligia Mello, coordenadora da pesquisa e sócia da Hibou.

 

93% reconhecem a depressão como doença

O dado revela um notável crescimento em comparação com o índice de 78% registrado em 2022. Hoje, 74% dos brasileiros declaram ter algum conhecido lutando contra a depressão. Essa estatística serve como um lembrete de que é fundamental abrir um diálogo franco sobre questões de saúde mental, fornecendo apoio e compreensão a todos aqueles que estão enfrentando fragilidades psicológicas.

 

Depressão não é frescura

Hoje, 90% dos brasileiros reconhecem que estar deprimido não é sinal de fraqueza. Além disso, 86% já não encaram aqueles que compartilham pensamentos suicidas como pessoas que estão em busca de atenção. Este dado indica um avanço na conscientização sobre questões de saúde mental e suicídio, refletindo uma mudança positiva de mentalidade da população.

Depressão e suicídio: conexão alarmante

Não é apenas uma opinião consensual entre os brasileiros que a depressão pode ser um precursor do suicídio; é uma realidade que atinge de forma impactante. 3 em cada 4 pessoas têm um vínculo direto com alguém que já enfrentou pensamentos suicidas ou, lamentavelmente, concretizou o ato, representado por 74% dos casos.
O quadro se torna ainda mais perturbador quando consideramos que, para cada brasileiro, há alguém próximo que já passou por esse drama pessoal ou ao menos cogitou. 51% apontam que essa pessoa era um membro da família ou amigo íntimo; 33% eram parentes distantes ou conhecidos; 27% eram amigos do convívio cotidiano; e 21% eram colegas de trabalho.

 

Sinais não podem ser ignorados

Uma questão que persiste: é possível reconhecer os indícios de depressão? Dentro do grupo dos 74% que conhece alguém que foi impactado por uma tentativa de suicídio, foram identificados sinais de depressão. O mais significativo deles é o desinteresse e desânimo profundos (34%), seguidos pelo afastamento das interações sociais (33%) e o aumento do silêncio (30%). Além disso, 11% citaram a presença de publicações nas redes sociais sobre depressão e suicídio como um alerta. Está claro que esses indicadores devem levar à ação, especialmente quando 3 em cada 10 brasileiros não demonstram quaisquer sinais visíveis.

4 em 10 pessoas já pensaram em suicídio

Os dados revelam uma realidade sombria e invariável com números que permanecem inalterados em relação ao ano anterior. No entanto, uma mudança significativa se destaca ao compararmos os períodos: o aumento da faixa etária em que esses pensamentos afloram. Em 2022, a maioria dos casos estava concentrada entre pessoas de 20 e 35 anos, representando 25%. Em 2023, com um crescimento de 7% na faixa etária entre 26 e 35 anos, no topo com 27%.

 

Em busca de uma saída

Entre aqueles que enfrentaram pensamentos suicidas, 28% optaram pela orientação de psicólogos, seguidos de perto pelos psiquiatras, com 27%, e pelas terapias, com 18%. Entretanto, 43% não procuraram auxílio profissional. Por outro lado, observa-se que, entre os 80% que buscaram alguma ajuda, a persistência dos pensamentos negativos diminuiu significativamente. Isso reforça a importância de buscar auxílio profissional como um passo fundamental na jornada para a recuperação e a superação.

 

O Instagram deprime o brasileiro

Para 47% da população, a rede social é percebida como uma fonte de depressão. À medida que as redes sociais se tornam uma presença constante em nossas vidas, elas projetam padrões ilusórios de beleza, comportamento e felicidade, criando um terreno fértil para comparações incessantes e, inevitavelmente, um abalo na autoestima na busca pelo “padrão ideal”.

Gatilhos: futuro incerto, a sobrecarga de informações e o trabalho excessivo

Em um cenário preocupante, fatores como a falta de perspectiva econômica e oportunidades de emprego (64%) se destacam como líderes na lista de desencadeadores de uma possível depressão entre os brasileiros. A falta de clareza nas expectativas de vida e a avalanche de informações podem acarretar em confusão generalizada, contribuindo para o agravamento da doença, com 62% dos entrevistados apontando para essa direção. Além disso, os efeitos adversos do excesso de trabalho e do estresse, com 60% dos respondentes reconhecendo o impacto potencial sobre a saúde mental.

 

O caminho para a recuperação

Diante dos desafios da saúde mental, fica claro que a ajuda profissional é essencial. 93%, reconhece que o suporte de psicólogos ou psiquiatras é a abordagem mais eficaz para o tratamento. Além disso, outras formas de apoio mostram sua relevância, incluindo conversas com a família (41%), a participação em grupos de apoio (39%), diálogos com amigos (31%) e a orientação de líderes religiosos (19%). Destaca-se também o serviço de atendimento telefônico do Disque 188, oferecido pelo Centro de Valorização da Vida, como uma opção viável, apontado por 10% dos brasileiros.

 

“Apesar da percepção de que os brasileiros estão se tornando mais conscientes das questões emocionais, é fundamental ressaltar a necessidade contínua de sensibilizar a sociedade sobre a importância da saúde mental. Às vezes, é fácil se perder em outras prioridades, deixando a depressão em segundo plano. No entanto, esse comportamento pode levar a uma sociedade menos empática e mais autocentrada. É por isso que o Setembro Amarelo e a constante conversa sobre saúde mental desempenham um papel crucial”, conclui Ligia Mello.

Metodologia

A pesquisa “Setembro Amarelo 2023” foi desenvolvida pela Hibou por aplicação digital com 1080 pessoas, em todo o Brasil. O levantamento foi feito em Setembro de 2023 e apresenta 95% de significância com 2,9% de margem de erro.

por Priscila Saraiva

Rodrigo

Rodrigo Lampugnani é graduado em Ciência da Computação, trilhou seu caminho apaixonado pela tecnologia, o que o levou a se tornar uma figura proeminente no universo online. Ele não apenas se destaca como um especialista em tecnologia, mas também como um líder visionário no campo das notícias digitais. No papel de diretor do maior portal de notícias do estado de Mato Grosso, desbravou fronteiras no ciberespaço. Como fundador e proprietário do portal CenárioMT, ele transformou sua paixão por tecnologia em um império digital, alcançando uma audiência massiva. Com mais de 15 milhões de visualizações mensais, o CenárioMT se estabeleceu como uma fonte confiável e relevante para os cidadãos do estado, oferecendo notícias precisas e oportunas. No papel de líder, Lampugnani gerencia uma equipe dinâmica de mais de 40 editores de notícias. Sua abordagem inovadora e visão estratégica são fundamentais para a operação bem-sucedida do portal. Sob sua orientação, o CenárioMT não apenas relata as notícias, mas também molda a narrativa, proporcionando aos leitores uma compreensão mais profunda dos eventos que moldam seu mundo. Além de seu papel como diretor, continua a ser um entusiasta da tecnologia, sempre buscando maneiras de melhorar a experiência dos usuários e expandir a presença online do CenárioMT. Seu compromisso com a excelência e sua dedicação à disseminação de informações precisas tornam-no uma figura inspiradora tanto para os colegas de profissão quanto para os leitores ávidos em busca de notícias confiáveis e relevantes em Mato Grosso.

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